Cortei primeiramente o seu bracinho
Como quem cava ossos num cemitério...
Como quem dá ao transcendente mistério
A pureza mamífera do arminho.
Vi seu sangue infantil plasmar-se em vinho
E escorrer sobre a lâmina funérea
E se infiltrar em cada veia, artéria...
Em cada parte da matéria minha.
E como se um Heitor deficiente
A um Aquiles nutrisse onipotente,
Suguei-lhe a vida, o sonhar... desejos.
Juntei cada pedaço, encaixotei,
Mas, vejam, ainda assim não encontrei
O Rei que às minhas mãos confiasse um beijo;
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