Sim. E quanto às metáforas que não são ditas? E aos sorrisos que não são vistos?
E quanto aos gestos solitários, presos em paredes mornas?
E aos pensamentos enxertados de solidão e culpa?
E quanto aos herois que nascem e morrem todos os dias numa luta [interior invisível e calada?
Muda. Ininterruptamente muda.
Quanto aos olhos que enxergam tudo e abstraem o mesmo?
E quanto às bocas que se separam ante a ânsia das línguas?
E aos corpos que racionalizam, numa antropomorfia que não lhes é alheia?
Até mesmo aos pés, que pisam o que os repele!
Arre! E quanto às míseras esmolas que não são dadas?
E às lúgubres pernas que não se enroscam, ainda que quase já não [sendo?
Ah, e quanto a estes miseráveis, que afogam o mundo com suas tolices,
E a esses monstros que corrompem os ânimos, alegram as traças e [desafiam os deuses!
Oh, Deus e quanto às fatídicas tardes solitárias?
Aos pores-do-sol inesperados
E às noites evanescentes de um quarto?
Onde há razão nisto tudo?
Mas... onde há razão?
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