Que são os dedos de Morfeu que cá versejam
Já hei de avisar-te, de prevenir-te, talvez,
Pois daqui, amigo, decerto o que quereis
Não o encontrarás, ainda que os olhos vejam.
Pois são os lábios de Morfeu que aqui me beijam,
E ao passo que não é sequer uma meia vez,
Tudo pode ser, mesmo não sendo, não sei,
Dando lógica ao que os devaneios ensejam.
E aí, foi. Amaste e amei. Nada no teu tudo...
E nesse nada tão laborioso que encontro
Cabe metade das mágoas turvas do mundo!
E a outra metade, amigo, és tu quem guardas,
Dentro deste teu peito de amargo ronco
E nesta tua memória cheia de lágrimas!
2 comentários:
Estou profundamente feliz de ser a primeira a comentar este tão sensível e melancólico poema, que nos faz lembrar os traços clássicos, a esfera levemente romântica! Percebe-se um leitor ávido da poética do nobre A. dos Anjos... és simplesmente um dos herdeiros-pródigos do carbono e do amoníaco! Sucesso sempre à Lira do Castro.
Obrigado, Siméia, pelo comentário. Augusto é um dos meus alicerces. Um dia escrevo um soneto que possa ser comparado com o mais fraquinho dele. É uma meta!
Um abração!
>> Volte sempre! << (estilo comércio! kkk)
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