Parnaso em Fúria 01

A lírica de Felipe D´Castro...

Soneto II



Ai... se eu pudesse nessa primavera
Tirar destes teus olhos fatigados
A sombra amarga deste outono vago
E a marca fria que dorme nas moneras.

De ti, tirar-te o caos que a ti espera
E arrastar, lentamente, os teus brados,
Como uma alma manchada que, aos braços,
É arrastada a um inferno doutras eras.

Mas, ai... que é dor de selados sepulcros,
Dor que o verme derradeiro corrói
E faz dormir nos estomacais sulcos.

E quisera eu, eu que cultuo os teus ritos,
Transubstanciar-te em arrebóis
E fazer-me de mim o Apolo dos mitos.

1 comentários:

Explícita inspiração da poética "augustana", não sei se trata-se de um soneto típico, mas percebemos um "eu-lírico" melancólico que almeja incidências de luz ao querer ser o Divo Febo-Apolo!

 

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