Há sim, meu caro, coisas neste mundo
Que de compartir-se não se dão certo,
Que de compartir-se não se dão certo,
E dentre todas estará decerto
A dor que sinto neste momento uno.
E igual a dor tal que não coaduno
É seu riso, ali, longe, desperto,
Na mira treda de falcões espertos,
A mercê do meu, cá em mim tão profundo.
Mas a rir-se, rir-se de qualquer jeito...
A dor tem para o seu assassinato
O esboço mister de um algoz perfeito.
Mas nesta noite ela é o atirador,
Meu caro, como compor aqui o ato
P´ra assassinar esta impartível dor?
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