No céu, risca-se o veludo da noite torva,
Aqui, risca-se a modorra dum´alma bruta,
E dentre as pernas toscas dessa alma enxuta
Desmaiam os desprazeres desta modorra.
Ceio, e minh´alma está em tua alcova...
Nesta noite insaciavelmente inabrupta
Travo com o Menino Nascente uma luta:
Que a alma Dele viva, mas que a minha morra!
Eu sou, pois, neste varal de estrelas brilhantes,
A mais pobre das manjedouras deste mundo
Trazendo à luz, pobres jamais nascidos antes.
Sento, tomo da mão a pena, e é brusco o pranto...
E os pobres filhos que nascem, versos imundos,
Choram também a ladainha dos meus cantos.
1 comentários:
Embora triste,é uma linda construção! =D
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