Está sobrando tempo em mim, vos digo,
E meu além-vida que se aproxima
Traça o sertão seco da minha vida,
Sobre as pestanas cruas do meu abrigo.
E quais quimeras me não são amigos?
Qual pantera escabrosa não se anima
Ao ver aqui um ser que se lastima
Buscando na lira o último abrigo?
Querem por certo o tempo que me resta,
E por certo o terás, tredo alabastro,
Como à cera da vela que ora crestas.
Mas quando cerrar minha triste estrada,
Lá de cima, dentre todos os astros,
Ei de amaldiçoar tua vida farsada.
2 comentários:
Belos...
Fiz minha homenagem ao Parnaso, se bem que o meu monte está com um céu augutianamente nublado. Foi o melhor que pude fazer, no mais deixou essa lida insana de metrificar e rimar para você, jovem gafanhoto ! ( muito difícil, cara ! )
;D
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