Canta, ó musa,nossa desventura,
Que por pentaséculos se roçaga
Exacerbando a maldade das pragas
E escalavrando o vazio das fissuras.
Canta cá as chagas desta genitura,
Inspira este poeta de arte vaga
A melodiar a Sorte dessa plaga
Nas liras sãs da arte dita dura.
Ouvi, povos meus, o canto divino
E percebei o dartro que se renova
Na derme podre do nosso destino.
Ouvi o pretérito enegrecido
Que desde o Cego Luso se acorcova
Em teus seios parvos adormecidos.
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