Parnaso em Fúria 01

A lírica de Felipe D´Castro...

Sobre Ninfas e beija-flores

Quis me conceder seu sono tranqüilo
E, ai! Ninfa dum Parnaso em fúria,
Foi no meu colo que bordaste a usura,
Ustulando, lento, meu simples riso.

Então, num sorumbatismo telúrico,
Cresceu-me uma ânsia de avesso conciso
Que teu sono querençoso dormiu
Em meus olhos, fortes arrebóis surdos.

Ázigo é teu sono, bruto sou eu...
Sou qual beija-flor, o qual beija e bica
A flor viciogênica a que elegeu.

E depois, no rebombar de suas asas,
Fende o ar que à liberdade o incita,
Buscando noutras flores outras casas.


5 comentários:

Este comentário foi removido pelo autor.
 

Ficou muito bom, apesar de eu ser apenas um aluno de graduação em Matemática, não sou a pessoa certa para comentar, mas uma coisa eu posso afirmar, o soneto ficou muito bom, parabéns Castro !

 

-
Liindo ^^
Adorei teu canto
Seguiindo também ...

 

Uau que versos lindos!!!
muito..muito poetico!!!

òtimo feriado

 

Eita que mistura!!!

* Augusto dos Anjos: "sorumbatismo telúrico"
* Gregório de Matos: "beija e bica", irmão de pica-flor? rsrsrs

Sem falar no tom romântico desse eu-lírico que "beteu no liquidificador" sua poética clássica-apaixonada!

 

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...