Flor da Coita

Tudo há que me domine e que me vença
Quando minha alma acordada emudece...
É a flor que se esconde em medo que tece,
É face que espreita a negra descrença.


Sou tal primavera que não floresce,
Prisioneiro que cala com a sentença,
Dono de coita sumamente intensa,
Sou anjo que cá na terra não desce.


Negros, meus olhos tornam-se mais negros
E nada vejo dos encantos parcos,
São como inúmeros míseros barcos,


Todos me buscando a mor desespero
E eu os ouço a todos, e a todos renego.
Minha alma é inefavelmente cega.