Parnaso em Fúria 01

A lírica de Felipe D´Castro...

Como rasgam os barcos os estreitos



Quando ecoar no alvorecer das eras 
A badalada última do peito 
O meu espírito, tal qual uma fera, 
Rasgará a dimensão terral do leito. 

A minha luz, uma brutal libélula, 
As fibras do casulo por inteiro 
Há de rasgar, esmigalhar as células, 
Como rasgam os barcos os estreitos. 

Haverei de buscar entre os milênios, 
Vagando pelos séculos terrenos, 
Tua voz perdida no passar dos anos. 

Irei, por fim, juntar, cansado e rouco, 
Nossos cardíacos músculos ocos, 
Como dois corações parnasianos. 

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