No húmus dos monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!
- Augusto dos Anjos, Idealização da Humanidade Futura -
Ardia em minhas teias cerebrinas,
Como um cadáver que arde na caldeira,
A presciência da nação brasileira
E o futuro infecto das usinas.
Crente de que nenhum mal me alucina,
Lúcido, sinto, igual a um lixeiro,
A desfiguração do mundo inteiro,
E o cheiro putrefeito da piina.
É a nova máscara da humanidade
Que leva entre os dentes a idade
E nos bolsos longos carrega a vida.
Análogo ao ardor afrodíseo louco
Das instintivas células dum gafanhoto
É esta maldição de querer ser Midas.
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