Minha senhora, venho por este soneto
Dizer-lhe o que muito por dentro me aflige
Pois aquilo que muito por fora te dizem
Incrustar-se-ão por máscaras de suspeito
O fato é que o fato da pena exige
E que por mais sensato bata-me cá o peito
É bem verdade que é dentro lá do teu leito
Que o amor, amar, amei e amarei existem
Mas, voltemos ao soneto, senhora minha!
Ainda que se obture cá o meu pesar,
É o pesar teu que cá o meu pesar retinha
E de pesar em pesar, oh, digna senhora
Deves pesar - e isto o que ouso tratar –
Aquele que primeiro deve ir-se embora.
0 comentários:
Postar um comentário