Parnaso em Fúria 01

A lírica de Felipe D´Castro...

Do amor e outros mistérios I


O amor, este cego tateando a eternidade.
Fala-se de amor como quem fala de vizinhos. Como quem fala de pessoas. Vi, um dia, dois velhos juntos, de mãos dadas. Amam-se? E quem o sabe? São tão velhos que se esqueceram do amor - e por isso, justamente por isso, talvez amem. De onde vem? De que matéria de pelúcia vem esta luz que por sobre as nebulosas horas de nossas vidas, nos caí de incógnitas nuvens misteriosas? E nem Augusto decifraria tal psicogênese...
Amar, porque amar é imprecisamente preciso. Amar porque é necessário. Socialmente, internamente, psiquicamente, espiritualmente necessário. Amar porque sim. Somente isso. Amar no parque, na igreja, amar na rua, nos carros, nas bocas, amar no escuro, amar quando se quer. Queime a vida sempre com a chama mais forte, diria Hanry. Calma, meu caro, feliz aquele que queima a sua chama – comecemos por aí.
O amor, cegueira requerida, é um beco com saída em que insistimos por nos perder. Poetas amam, ladrões também. Um, as almas, o outro, as moedas. Em que corpo parou tua alma perdida?

2 comentários:

Adoorei o texto e concordo com você, falam de amor de forma tão banalizada hoje em dia, e pra falar a verdade, pra mim, amor não é um sentimento só e sim varios tudo junto e é bem mais do que um simples fogo de paixão.

 

Vc tem o talento pra falar de amor!

 

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